Faltam 15 dias...
"Estamos
perdidos ou achados?!
Andamos à
procura do que não existe e do que não foi sequer inventado. Não nos sobra
tempo para grande coisa mas parece-nos, ainda assim, suficiente para procurar
algo sem nome nem rosto que não sabemos definir muito bem. O que sabemos, com
uma certeza assustadoramente absoluta, é que queremos o que ainda não temos. O
que ainda não é nosso. Julgamos precisar de mais tempo, quando não sabemos
gerir o que nos é dado. Julgamos precisar de mais motivação, quando não
conseguimos encontrar alegria nas pequenas coisas. Julgamos precisar de mais
compreensão, quando não conseguimos fazer um esforço para compreender as
escolhas e decisões dos que vivem ao nosso lado. Julgamos precisar de mais
atenção, quando não estamos NUNCA atentos ao que (e a quem!) nos diz respeito.
Julgamos precisar de alternativas, quando não estamos dispostos a aceitar os
caminhos que a vida nos oferece, tantas vezes, de mão beijada. O que precisamos
mesmo é de lembrar que todas as correntes que nos atrofiam o coração são, em
grande parte, responsabilidade nossa. Na verdade, só podemos receber na medida
do que damos e do que queremos disponibilizar. Se teimamos em colocar a nossa
metade em tudo o que fazemos, temos que estar dispostos a receber, depois,
metade do que queríamos. Do que esperaríamos. Por outro lado, se estivermos
dispostos a dar tudo (sem proteger a nossa metade preferida para que uma parte
de nós possa estar salvaguardada) é tudo o que estará, também à nossa espera. O
que não podemos é aceitar viver uma vida morna e pouco interessante e pedir à
vida que nos devolva momentos que nos incendeiem o coração e que nos façam
perceber todos os sentidos que a nossa vida tem e pode ter. O que não podemos é
dizer que fizemos tudo o que pudemos e, cá dentro onde ninguém vê, ter a
certeza que não ousamos nem quisemos fazer metade daquilo que a nossa força nos
permitia. O que não podemos é ficar surpreendidos com as tempestades se nunca
fomos construtores de paz alguma.
Eu sei.
Ainda não respondi à pergunta que nos trouxe aqui. Estamos perdidos ou
achados?! Estamos, ainda, bastante perdidos. Às vezes parece que preferimos
andar à deriva ainda que os rumos certos estejam ali, mesmo a agitar os seus
braços à nossa frente. Estamos perdidos porque só queremos encontrar o que não
é necessário. O que não nos faz falta.
Então isso
significa que a vida me vai dar na mesma medida que eu der? Sempre? De todas e
cada vez? Não. Felizmente, a vida tem tendência a ser bastante mais generosa do
que nós."
Marta Arrais
1 de novembro 2017
Sozinha a carregar a cruz.
Sozinha a tentar seguir em frente.
Sozinha a tentar dar uma nova vida à Associação de Acólitos.
Simplesmente sozinha...
Porém, também me sinto achada.
Sinto-me
achada porque agora, mais do que nunca, percebi, realmente, o que Deus
queria de mim quando me pôs à frente da Associação.
Sinto-me achada porque sei que nunca estou sozinha. Deus está ao meu lado. Deus caminha comigo. Deus carrega a cruz comigo.
Sinto-me achada porque sei que é no altar onde O encontro.
Sinto-me achada porque tenho uma Estrelinha, um João, uma Margarida e uma Melissa, que são os meus Simão de Cirene.
Então e nós? Estamos perdidos ou achados?
Mariana Rodrigues
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